Artista plástica retrata cenas do cotidiano em obras que podem ter 3 milímetros

25/05/2018 às 16h57 | Fonte: www.olhaafoto.com | 581 Exibições.

Uma gota, uma flor, banho de chuva ou roupas ao vento. Cenas simples do cotidiano que a artista plástica Camila Bicalho retrata em recortes mínimos. Com uma tesoura de estimação e papel comum, ela cria peças bem pequenas, joga com o preto no branco e desperta a atenção pelo que é reduzido. Uma das menores obras – uma flor que quase se perde na ponta do lápis – tem três milímetros e desafia o olhar pela proporção.

Sem rascunho e traço de lápis, de repente surge uma silhueta no papel. Um vídeo acelerado mostra o processo de criação, só que o tempo de um recorte pode ser incalculável. Enquanto a tesoura é manuseada com maestria com a mão direita, a esquerda faz o papel girar e deslizar.

“O que faria com o lápis faço com a tesoura. Na verdade, o fazer, o recortar, é muito rápido, vai muito facilmente. Já as ideias não consigo nem calcular o tempo que me tomam. Quando pego o papel para recortar já foram horas de pensamento”, disse Kk Bicalho, como se apresenta.

A inspiração vem do dia a dia, de coisas simples que ganharam o olhar dela, com as quais é fácil se identificar. “São situações muito comuns, quem nunca teve o guarda-chuva virado para fora por causa do vento? Me interesso por momentos mais silenciosos, pelas mininuances da vida, as situações que a gente passa, cenas do cotidiano”, disse. Momentos que ela define como “pra cima e gostosos”, uma “solitude que não é solidão”.

Em um dos trabalhos minimalistas, ela descreve que o preto mínimo ocupa um grande branco. É o caso de um recorte de um homem agachado e uma flor de tamanho 1 x 1,2 centímetro em uma moldura toda branca de cerca de 90 x 160 cm.